Alice no beco da alucinação: um mergulho no universo juvenil através do teatro

Foto:Letícia Diniz
Por Nyck Wállace

O beco se abre e a Alice adentra, curiosa e destemida. Não há medo, apenas a vontade de desbravar um mundo novo, repleto de cores, sons e sensações. E assim começa o espetáculo teatral Alice no beco da alucinação, da Cia Deixa de Teatro, estreado na noite deste sábado, dia 29 de abril, no Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas.

O espetáculo, dirigido por Denir Duarte, é protagonizado por jovens artistas, que emprestam sua energia e talento para dar vida à história de Alice, uma adolescente que se vê perdida em um mundo de alucinações e ilusões. Com um roteiro ágil e criativo, a montagem instiga a reflexão sobre a identidade juvenil e suas angústias, com uma sensibilidade rara e tocante. No palco, um grupo de jovens artistas se apresenta com talento e paixão, mostrando ao público a riqueza da cultura e a potência da arte como instrumento de transformação social. 

É emocionante ver esses jovens ocupando o espaço do teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas, equipamento ligado à Fundação Casa Grande, na cidade de Nova Olinda-CE, trazendo suas vivências e expressando suas vozes. Mas não é apenas a presença juvenil que chama a atenção nesse espetáculo. É também a acessibilidade que a Cia Deixa de Teatro busca proporcionar, levando a arte a locais que muitas vezes não têm acesso a ela. É a difusão sociocultural que se faz presente, mostrando que a arte é para todos e deve ser valorizada em todas as suas formas e manifestações. 

O protagonismo juvenil na peça é um dos pontos altos da apresentação. Os jovens atores demonstram uma maturidade surpreendente, entregando-se de corpo e alma ao papel. Eles provam que a arte é um canal para a expressão de suas emoções e desejos, e que é possível, sim, dar voz à juventude e suas questões no palco. O teatro é uma arte que transcende o tempo e o espaço, e quando aliada à juventude e ao acesso à cultura, pode ser uma arma poderosa na transformação da sociedade. 

É justamente isso que o grupo vem fazendo em suas apresentações. Ser protagonista é uma das marcas registradas da Cia Deixa de Teatro. Com uma linguagem poética e uma energia contagiante, a companhia leva aos palcos uma mensagem de esperança e resistência. São jovens artistas que encenam com garra e emoção, sonhadores que através da arte, encontram uma forma de se expressar e se fazer ouvir. Outro destaque da montagem é a difusão sociocultural, uma das principais missões da Fundação Casa Grande, que acredita que a arte tem o poder de unir pessoas, de promover o diálogo e a reflexão, a Organização Social oferece oportunidades de acesso às artes e à cultura para crianças e jovens, é a principal apoiadora da Cia Deixa de Teatro. 

O resultado é uma produção artística que valoriza a diversidade e a inclusão social, promovendo a democratização do acesso ao teatro e à cultura em geral. A Cia Deixa de Teatro e a Fundação Casa Grande são exemplos de como a cultura pode ser um agente de mudança e de esperança para jovens em todo o país. Que mais iniciativas como essa surjam e se multipliquem, inspirando cada vez mais pessoas a olhar para o teatro como uma janela para o mundo e para si mesmos. E assim, ao final do espetáculo, a Alice retorna ao seu mundo cotidiano, mas com a certeza de que algo mudou dentro dela. Alice no Beco da Alucinação é uma peça que emociona, questiona e encanta. A arte tem esse poder transformador, capaz de expandir horizontes, sensibilizar corações e conectar pessoas. E é isso que a Cia Deixa de Teatro nos mostra com maestria em Alice no beco da alucinação. 

Nyck Wállace - Produtor, Especialista em Arqueologia Social Inclusiva, e Diretor de Comunicação Social da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri.

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