Fotografia DHPG |
Por Redação |Adeildo de Sousa
Há 203 anos, em 03 de Maio de 1817, eram proclamadas a Independência e República da então Vila Real do Crato. A ação era uma continuidade da Revolução Pernambucana de 1817, iniciada em Março do mesmo ano, em Recife.
A insurreição tinha por objetivo a separação de Portugal, devido ao absolutismo da família real, o anseio por democracia, alta dos impostos pagos à metrópole e a recuperação da importância político-administrativa de Pernambuco que havia sido reduzida.
Em Crato, o ato de proclamação foi protagonizado por um filho da terra, o Diácono José Martiniano de Alencar, que estudava em Olinda, e de lá foi enviado pelo comando revolucionário pernambucano, para realizar junto com sua família, os levantes revolucionários em Crato e Jardim.
Ao chegar a Crato, Martiniano se reuniu com sua mãe Dona Bárbara de Alencar, seu irmão Tristão Gonçalves, seu tio Leonel e demais simpatizantes da causa, para organizarem a ação revolucionária em terras cratenses.
Bárbara de Alencar a matriarca da família, e os filhos José Martiniano e Tristão Gonçalves, foram os principais artífices locais da insurreição no Ceará.
Na data supracitada, numa manhã após a tradicional missa na Igreja da Sé, Martiniano sobe ao púlpito da paróquia e lê para os presentes um manifesto chamado “Preciso de Mendonça”, texto símbolo da revolução, e na sequencia, realiza as devidas proclamações, hasteando uma bandeira branca no local.
Finalizando a proclamação, o sacerdote dirige-se junto a apoiadores até a Câmara local, registra o ato, recebe o apoio de outros adeptos e faz a libertação de presos que estavam reclusos na cadeia cratense.
Em 05 de Maio de 1817, Martiniano de Alencar segue para Jardim, onde junto ao seu tio Leonel, realiza a proclamação da independência da então vila.
A revolta cratense teve duração de oito dias. Por não contar com o apoio do Capitão-Mor local Pereira Filgueiras, que era do lado da coroa portuguesa, o levante foi derrubado e seus conspiradores presos, enviados à Fortaleza, Recife e posteriormente Salvador.
Depois de anos reclusos em diferentes prisões, os heróis de 1817 seriam soltos, porém, sete anos depois, se envolveriam em mais um episódio revolucionário que marcaria novamente a participação do Crato: A Confederação do Equador, datada de 1824.
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