Por Redação/Robson Roque
Por seis votos a três, a Câmara Municipal de Granjeiro deliberou, nessa segunda-feira (17), favorá- vel ao afastamento do prefeito Ticiano da Fonseca Félix (expulso do PSDB). Eleito vice de João Gregó- rio Neto (PSD) em 2016, Ticiano tomou posse em janeiro, dias depois de João do Povo, 54 anos, ter sido morto a tiros.
O crime ocorreu na manhã do último dia 24 de dezembro, enquanto o então prefeito caminhava perto de casa. O presidente da Câmara Municipal, Luiz Márcio Pereira (Márcim, do PMN), assume a Prefeitura interinamente por 90 dias. O vice-presidente Luiz Al- mir Soares (PSDB) assume a Câmara, enquanto o presidente lidera o Executivo.
A decisão da Câmara obedeceu a duas votações na tarde desta segunda-feira, ambas com o mesmo placar de 6 votos favoráveis contra três contrários. Na primeira, a maioria dos vereadores acatou as denúncias feitas contra o atual prefeito. Na segunda, a maior parte da Câmara deliberou pelo afasta- mento, ao alegar que, ao permanecer no cargo, o gestor poderia atrapalhar as investigações.
O passo seguinte consiste em averiguar as queixas, ações que serão executadas por uma Comissão Processante de- finida em sorteio, que será composta pelos vereadores: Luis Alberto Marques (do PP, presidente da comissão), José Bacelar Pe- reira (do PSD, relator) e Raimundo Calisto de Brito (do PTB, membro). Ao final do prazo, a comissão emitirá um relatório e um parecer. Se este último for favorável à denúncia, o afastamento do prefeito será votado em seguida.
Suspeito
Investigações da Polícia Civil apontam Ticiano Tomé como um dos sus- peitos pela morte de João do Povo. A polícia chegou, inclusive, a pedir a prisão dele e do pai, Vicente Félix Tomé, mas a Justiça não atendeu a solicitação. Vicente, contudo, passou a ter os passos monitorados pela Justiça, mediante o uso de tornozeleira eletrônica. Diante da suspeita, Sérgio Cassiano da Silva, morador da zona rural de Granjeiro, apresentou denúncias à Câmara Munici- pal, pedindo a cassação do mandato de Ticiano Tomé.
Além de usar como justificativa o fato de o atual prefeito ser investigado pela morte do antecessor, Sér- gio Cassiano ainda denunciou despesas no valor de R$ 309 mil, entre os dias primeiro e 23 de janeiro, executadas por Ticiano.
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