Monsenhor Ágio Moreira |Foto Rafael Pereira
Por Redação
A cidadã Cratense e “Belmontense”, Bel Castro chama atenção para a memória do Monsenhor Ágio Moreira, que se vivo fosse estaria completando exatos 102 anos no próximo dia 05 de fevereiro. Bel é Conselheira de Políticas Culturais do Crato. Apaixonada pela história do sacerdote defende que o legado do Padre do Amor nunca seja esquecido, vez ou outra faz seus desabafos .
Gratidão, memória e o tempo
Era uma vez um Padre que nasceu músico e assim aprendeu a ouvir o mundo.Os caminhos de Deus o levaram até Jamacaru, onde inspirado pelo canto afinadíssimo de agricultores durante a lida, resolveu que iria evangelizar através da encantada estrada da música.
As mãos do Altíssimo o colocaram para habitar nas terras do sítio Belmonte e lá plantar notas musicais por mais de 55 anos. Regou sonhos e colheu gerações de músicos numa comunidade fértil em sensibilidade e arte.O Padre que dava uma benção com a mesma propriedade que um puxão de orelhas quando necessário.O amigo que sabia ouvir.O mestre que orientava. A palavra que trazia conforto e o ombro que amparava.
Fez a grande passagem exatamente 12 de junho, dia dedicado ao amor, como se para gravar para sempre essa data e o que ele melhor partilhou: amor através da sabedoria. Seu último sopro de vida terrena foi no " sovaco da serra", chapada que ele caminhou,pedalou e amou.Quarta feira, dia 05 de fevereiro, faria 102 anos.
Diferente dos flashes e holofotes do ano passado, não haverá missa na Capela que fundou e construiu com a comunidade.Triste ironia para quem celebrou diariamente por mais de cinco décadas. Nem uma missa para homenagear esse servo do Senhor que semeou as sementes do bem no Belmonte no Crato e no mundo.Tão pouco tempo e a erosão do descaso com o legado de sua obra estão deixando áridas sua plantação de amores e bondade.Talvez seja hora de regar a memória do Padre Ágio com as águas nascentes da Gratidão ! PENSE NISSO.
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