Aeroporto ficava no coração da Floresta Nacional do Araripe. (Reprodução)
Por Adeildo de Sousa – Historiador e Pesquisador.
Edificado em plena Serra do Araripe no final do ano de 1953, foi fruto de uma articulação ousada, por parte de políticos, lideranças locais e empresários, que não aceitaram a recusa dada em maio de 1953, pelo II Comando Aéreo do Recife, que se negou a construir uma pista de pousos e decolagens em Crato, alegando más condições do local oferecido e a proximidade com a serra. (O primeiro terreno ofertado ficava entre Crato e Juazeiro, na localidade conhecida como Santa Rosa).
As obras foram concluídas em menos de 06 meses, no coração da Floresta Nacional do Araripe, numa área de 39 hectares, fruto de doação feita pelo Ministério da Agricultura ao Ministério da Aeronáutica, em julho de 1953.
Devidamente inaugurado em novembro de 1953, foi denominado “Aeroporto Nossa Senhora de Fátima”, homenagem à santa de Portugal que fez visita ao Crato na mesma ocasião.
Os primeiros aviões a pousarem na Princesa do Cariri eram em sua maioria, aeronaves remanescentes da II Guerra Mundial, que passaram a ser utilizadas pela aviação civil. O asfaltamento da pista e pátio de manobras foi feito no ano de 1958.
As primeiras empresas aéreas a operarem em nosso campo de aviação foram a AERONORTE (com os aviões C47) e REAL AEROVIAS (aviões Douglas DC3). Em 1965, é a vez da VARIG, com seus famosos DC3 que em 1968, seriam substituídos pelos aviões a jato Turbo Hélice (Avros).
MONUMENTO
Em maio de 1968, foi construída uma linda estátua de Nossa Senhora de Fátima na praça do então aeroporto, de autoria do escultor jardinense José Rangel.Está ativa até os dias de hoje.
As operações aéreas em nosso aeroporto deixaram de ocorrer em Agosto de 1971, ano em que a Varig retirou seus aviões do Crato. A pista apresentava inúmeros problemas que atrapalhavam os pousos e as decolagens, principalmente, ao final do período das chuvas.
INFRAESTRUTURA
A estrada Crato – Aeroporto que passava pelo Colégio Agrícola/ Guaribas, também colaborou negativamente para essa decisão, uma vez que ficava constantemente esburacada e de difícil acesso, prejudicando quem precisava se deslocar até o local. A isto, somou-se a questão climática (cerrações e neblina) e a falta de estrutura para voos noturnos.
Em Março de 1974, foi dada a cartada final, pondo fim ao aeroporto da Princesa do Cariri, o qual tecnicamente, não apresentava mais qualquer viabilidade que justificasse sua existência.
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