ReportagemCrato: cidade de intercambio na vida de Luiz Gonzaga

 
Neste dia 13 de dezembro, fãs relembram os 106 anos de nascimento de Luiz Gonzaga " o Rei do Baião". | Foto Reprodução.


Por Rafael Pereira

Exu se prepara hoje para uma extensa programação em mais um ano de comemoração do aniversário de Gonzaga, o filho mais famoso da cidade que ganhou sucesso e se projetou no mundo. Porém suas origens humildes não negam a vizinha Crato como um dos locais que o despontaram na sua vida de artista. 

Crato e Exu por serem cidades vizinhas geograficamente, também foram próximas mesmo antes de Luiz Gonzaga ganhar fama. Mesmo em tempos de moleque, seu vínculo com o Crato era forte quando vinha para a famosa Feira do Crato para vender e negociar coisas da família. Quando se tornou adulto e ganhou fama, sua amizade com a cidade ganhou ainda mais força em ricas conversas e prosas conquistadas por amizades na cidade.
Ele era convidado ilustre para tocar e cantar em diversos eventos e foi um dos homens mais bem homenageados da cidade, segundo o historiador cratense Huberto Cabral.

Segundo Cabral, o menino Luiz vinha de vez em quando com o pai, Januário de Exu para a feira do Crato, negociar farinha e fazer amizade. “O pai de Luiz Gonzaga estava sempre no Crato vendendo a farinha dele, fez amizades aqui e sempre que vinha trazia Luiz Gonzaga e seu irmão”, afirma Cabral dizendo que era nessa época que ele foi aprendendo a gostar daqui.
Na adolescência, fugiu de casa cedinho do dia e foi servir o exército pegando um trem, rumo à Fortaleza, na antiga estação ferroviária do Crato, hoje a REFFSA. Ele queria é ser um grande sanfoneiro e ganhar o mundo. Mesmo passando pouco tempo como soldado, e sem dá um tiro, na revolução de 30, saiu de lá com os bolsos cheio de dinheiro para comprar uma sanfona nova e foi fazer carreira no Rio de Janeiro. Foi lá onde ele despontou na fama em suas primeiras apresentações na Radio Nacional.

Cabral conta que Gonzaga, depois de famoso voltou diversas vezes ao Crato se tornando convidado ilustre nos diversos bailes e ocasiões festivas da cidade. Em 1946 ele é convidado a animar leilões para a construção da igreja de São Francisco, no Pinto Madeira. Em 1951, esteve presente com o pai Januário e o irmão na inauguração da Rádio Araripe. Em 1953 participa da festa do centenário da cidade, fazendo show na Praça da Sé. Em 1974 recebe título de Cidadão Cratense pela Câmara Municipal. Na Expocrato, dos anos de 1987, é convidado a fazer um show folclórico, onde é homenageado, junto com Patativa do Assaré, padre Antônio Vieira e José Clementino, como os “heróis do Jumento”.

Sua estima pelo Crato era grande que compôs a música “Eu vou pro Crato” falando em sua saudade de voltar para o “cratinho” e rever as amizades.

 
Estima pelo Crato era grande. Não é à toa que o artista compôs a música “Eu vou pro Crato” .| Reprodução.

Foram muitos os momentos que o velho e sempre lembrado Luiz Gonzaga, participou da vida do Crato tornando-se cidadão respeitado, mesmo não sendo nascido no município. Tanto que para isso, a cidade externou uma dessas homenagens colocando um busto do Rei do Baião no centro do parque de exposições da Expocrato, local de milhares de fotografias e selfies dos visitantes.  

Com Informações: Jornal O Povo, edição de 14/07/2012

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